Mapa mostra taxa de ocupação dos leitos de UTI adulto em SC. Foto: Cieges SC/Divulgação
Santa Catarina enfrenta superlotação nos leitos de UTI para adultos em meio ao aumento dos casos de doenças respiratórias. Dados do Centro de Informações Estratégicas para a Gestão do SUS (Cieges SC), atualizados nesta segunda-feira (5), indicam que a taxa de ocupação desses leitos no Estado é de 96,14%. Das 958 unidades ativas, apenas 37 estão disponíveis.
A situação mais crítica está na macrorregião da Foz do Rio Itajaí, que opera com 100% dos leitos ocupados. Também estão em alerta o Vale do Itajaí (99,39%), Grande Florianópolis (98,69%), Planalto Norte e Nordeste (96,97%) e Sul (96,12%). Nas regiões do Grande Oeste, Serra Catarinense e Meio Oeste, os índices são de 95,65%, 94,74% e 85,71%, respectivamente.
A taxa geral de ocupação de UTIs em Santa Catarina, considerando também os leitos pediátricos e neonatais, é de 90,72%. Do total de 1.433 leitos, restam 133 disponíveis. O aumento da demanda está relacionado ao crescimento dos casos de doenças respiratórias, intensificados pelas baixas temperaturas do outono.
Na última quinta-feira (1º), a prefeitura de Florianópolis decretou situação de emergência em saúde pública devido à alta de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). “Não é momento de pânico, mas precisamos redobrar os cuidados e, principalmente, vacinar contra a gripe”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Almir Gentil. A capital registrou aumento de 84,59% nos atendimentos pediátricos e 260% nas transferências das UPAs para os hospitais entre março e abril.

O que é a SRAG
A SRAG abrange casos de síndrome gripal (SG) que evoluem com comprometimento da função respiratória que, na maioria dos casos, leva à hospitalização, sem outra causa específica, de acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC). As causas podem ser vírus respiratórios, dentre os quais predominam os da Influenza do tipo A e B, Vírus Sincicial Respiratório, SARS-COV-2, bactérias, fungos e outros agentes.
- Síndrome Gripal (SG) – indivíduo com quadro respiratório agudo, caracterizado por, pelo menos, dois dos seguintes sinais e sintomas: febre (mesmo que referida), calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza, distúrbios olfativos ou gustativos.
- Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) – indivíduo com SG que apresente: dispneia/desconforto respiratório OU pressão ou dor persistente no tórax OU saturação de O2 menor que 95% em ar ambiente OU coloração azulada (cianose) dos lábios ou rosto.

Vacinação
A vacina contra a gripe já está disponível para os grupos prioritários, que incluem crianças pequenas, gestantes, idosos, pessoas com doenças crônicas ou deficiência, e trabalhadores da saúde, educação, segurança e transporte.
Na Capital, a população pode se vacinar em todos os centros de saúde, no espaço Imuniza Floripa, na van de vacinação e na sala de vacinação parceira do SESC. A partir do dia 12 de maio, a vacinação será aberta para toda a população acima de 6 meses.

O que diz a SES
A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES/SC) se posicionou sobre a situação da ocupação dos leitos de UTI através de nota. Confira:
“A Secretaria de Estado da Saúde (SES) está avaliando junto aos hospitais a relação entre a taxa de ocupação de UTIs ADULTO no estado e as doenças respiratórias. É importante reforçar que a vacina contra a gripe está disponível em Santa Catarina desde o dia 7 de abril, para os grupos prioritários, que inclui entre eles crianças entre 6 meses a menores de 6 anos, idosos, gestantes e puérperas até 45 dias após o parto. A vacina protege contra os principais vírus influenza em circulação no Brasil e previne os casos graves das doenças respiratórias.
Vale destacar que Santa Catarina foi o estado que mais expandiu a rede SUS de leitos de UTI nos últimos anos. Desde 2023, já foram abertos 264 novos leitos de terapia intensiva, entre adultos e infantis, distribuídos em diversas regiões. Outros 30 leitos estão previstos para abrir em breve no Vale do Itajaí, no Norte e na Foz do Rio Itajaí.
Os hospitais da SES são referência em alta complexidade e operam com uma taxa de ocupação historicamente elevada, acima de 80%, devido à demanda por procedimentos especializados e atendimentos emergenciais. As cirurgias eletivas e emergenciais, muitas vezes, demandam internação em UTI no pós-operatório, contribuindo para a taxa de ocupação.