MPSC pede a cassação do vereador Andrew por abuso de poder econômico

Estima-se que somente no dia da eleição Andrew Laurentino tenha gasto mais de R$60 mil.

O Ministério Público (MPSC) no dia 29 de dezembro de 2020 protocolou AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO AO MANDATO ELETIVO por possível crime de boca de urna realizado pelo vereador Andrew FilinttoLaurentino na última eleição de Navegantes.

Na ação, o MPSC mostra com fotos e prints de uma suposta organização criada pelo vereador Andrew Filintto Laurentino, seu pai ex-vereador Paulo Ney Laurentino e sua mãe Miriam Pacheco Laurentino, para compras de votos.

Estima-se que somente no dia da eleição, Andrew e sua família tenham gasto apenas na compra de votos mais de R$ 60 mil.

Como funcionava o esquema:

Segundo apurado pelo MPSC, em ação executada pela Policia Militar, no dia da eleição, nas 20 seções eleitorais espalhadas pelo município, Andrew, Paulo Ney e Miriam colocaram cabos eleitorais que ficavam como lideres, e cada um tinha uma lista entre 20 a 30 eleitores com número e seções de cada um, que tinha por obrigação fazer a boca de urna em favor de Andrew. O valor pago era de R$100,00 por cabeça.

Consta na ação, que para identificar as pessoas do grupo de Andrew, todos recebiam uma fita azul, o líder de cada colégio eleitoral era responsável de pegar o título, anotar na prancheta, e logo em seguida entregar os santinhos.

O esquema foi descoberto após uma das envolvidas ser pega em flagrante pela Polícia Militar, que através de prints e imagens descobriram como acontecia o esquema.


Imagens obtidas no processo:


Neusa com a prancheta anotando os nomes das pessoas que iriam fazer a boca de urna.

Neusa colocando as fitas azuis nas pessoas selecionadas para fazer a boca de urna.

A lista encontrada pelos policias com a Neusa, onde era anotados as seções e o número de telefone.

Agentes da força pública procederam a abordagem de Neusa e essa confessou aos policiais militares, que outro agente agia igualmente, no mesmo esquema, tendo apontado Anderson Padilha de Castro, que foi então abordado pelos policiais militares na Rua Paulo Ney Laurentino.

Com Anderson foram encontrados “santinhos” do candidato Andrew, bem como fitas azuis igual àquelas apreendidas com Neusa e outra lista de eleitores (ainda maior do que a que estava com Neusa), na qual Anderson constava no topo.

Em um outro colégio eleitoral, agentes da Polícia Militar flagraram também uma outra pessoa, chamada de Sheila, fazendo a boca de urna para o candidato Andrew.

Ela era outra “líder” e com ela foi encontrado uma lista com 20 nomes, que pertenciam ao esquema de boca de urna em favor de Andrew.

Diz a petição do MPSC que com Sheila foi encontrada, no seu celular, uma conversa via WhatsApp onde a mesma mostrou uma conversa com o pai de Andrew, Paulo Ney, onde ela relata que faltava ainda oito pessoas receberem o valor combinado de R$800.

Através do mesmo aplicativo, os policiais tiveram acesso a uma outra troca de mensagens com Andrew, onde era questionado como seria feito pagamento.

Andrew respondeu dizendo: “bom dia Anderson, a tarde irmão, a partir das 13hr até às 19h”.

Em uma outra mensagem enviada pelo número de Andrew, explica como as pessoas devem agir e qual horário devem chegar para fazer a boca de urna.

Ainda na denúncia do MPSC, a mãe de Andrew Laurentino, Miriam Laurentino, em uma mensagem de WhatsApp foi questionada pelas pessoas que faziam boca de urna que queriam água, e ao responder, Miriam disse: “Paulo Ney está passando em todas as escolas com um caminhão deixando água”.

Imagem do caminhão com uma caixa de água fechada circulando pelas ruas da cidade e depois entrando na casa da família Laurentino.

Outro print mostra uma das “líderes” relatando que a boca de urna no meio dia estava fraco.

Ainda no mesmo grupo, a mãe de Andrew, Miriam Pacheco Laurentino, relatando que iria mandar um Uber pegar as pessoas que faziam a boca de urna para votar.

Na petição o MPSC pediu a condenação com a decretação de inelegibilidade do requerido Andrew Filintto Laurentino nos próximos 8 (oito) anos, a cassação do diploma de Andrew e aplicação de multa, por ter sido beneficiado pela prática de abuso de poder econômico.

Nesse mesmo processo até os votos conquistado em favor de Andrew Filintto Laurentino poderão ser anulados pela justiça eleitoral pois foram obtidos de forma ilícita, o que comprometeu a eleição de todos os outros vereadores de Navegantes.

A noticiado foi extraída do portal do MPSC e está disponível para consulta pública, sob o número 08.2020.00370715-6

Tentamos contato com o vereador Andrew, mas o número disponível só cai na caixa de mensagem. Paulo Ney Laurentino e Miriam Pacheco Laurentino não foram localizados pelo portal até o publicar dessa matéria, que já disponibiliza o mesmo canal para publicar a versão dos citado