O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) identificou indícios de fraudes em candidaturas apresentadas nas eleições municipais de 2024, com o objetivo de driblar a cota de gênero na 69ª Zona Eleitoral, composta pelos municípios de Palma Sola, Campo Erê, Saltinho e São Bernardino, no Oeste do estado. A investigação, que resultou em nove ações de investigação judicial eleitoral, apura candidaturas fictícias, que não participaram efetivamente da campanha, com a finalidade de preencher a cota feminina exigida pela legislação. O MPSC solicita a invalidação das candidaturas fraudulentas e a nulidade dos votos recebidos pelos partidos implicados.
Durante a apuração, o Ministério Público constatou que diversas candidatas não realizaram atos de campanha, não buscaram votos e obtiveram um número de votos extremamente baixo. Em Palma Sola, por exemplo, uma candidata obteve apenas cinco votos, menos de 0,25% do total de votos válidos no município. Além disso, as investigações revelaram que algumas dessas candidatas receberam recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, mas não declararam gastos ou apresentaram evidências de que o dinheiro foi utilizado para impulsionar a campanha, como anúncios nas redes sociais ou mesmo postagens solicitando votos.
Com base nos resultados da investigação, o MPSC solicita à Justiça Eleitoral que sejam tomadas medidas rigorosas, incluindo a inelegibilidade dos envolvidos por oito anos e a decretação da invalidação das candidaturas fraudulentas. O MP também pediu que os partidos envolvidos sejam responsabilizados, embora os nomes dos partidos e das candidatas ainda não tenham sido divulgados, impedindo um possível contraponto por parte da defesa.