A Justiça de Santa Catarina aceitou a denúncia contra um homem acusado de matar a própria irmã, a dentista Isabel Cristina Fernandes Martins, de 34 anos, em meio a uma disputa por herança na cidade de Gravatal, no Sul do estado. Isabel, que estava grávida e era inventariante de um processo judicial que se arrastava há oito anos, foi brutalmente atacada com 40 facadas em frente à mãe, que não sabia da gravidez da filha. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) solicitou que o caso vá a júri popular, mas a data do julgamento ainda não foi definida.
O crime ocorreu em 26 de setembro, quando Isabel foi à casa da mãe para levar um bolo de aniversário, mas foi surpreendida e atacada pelo irmão, que fugiu em seguida. Durante 30 horas, ele foi procurado pelas autoridades até se entregar na Central de Plantão Policial de Tubarão. A investigação apontou que desavenças familiares de longa data sobre a divisão de bens herdados foram o motivo do homicídio, que foi classificado como feminicídio devido à violência do ataque e ao fato de ter sido cometido com meios que impediram a defesa da vítima.
Entre os bens em disputa no processo de inventário estavam cabeças de gado, terrenos, um imóvel e dois veículos. O Tribunal de Justiça confirmou que o julgamento será tratado em ato judicial futuro, e a denúncia, que não considerou a gravidez de Isabel devido à aparente falta de conhecimento do réu sobre o estado da irmã, reforça o caráter cruel e premeditado do crime, que gerou intenso sofrimento físico à vítima.
