Construção das corvetas em Itajaí está ameaçada após denúncia no TCU

Uma nova polêmica está colocando em cheque a licitação das quatro corvetas que serão construída no estaleiro Oceana em Itajaí. O Sindicato das Indústrias Metelúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Pernambuco (Sindmetal-PE), protocolou uma denúncia no Tribunal de Contas da União, afirmando haver direcionamento de concorrência e pede para cancelar a assinatura do contrato com o consórcio liderado pelo grupo alemão ThyssenKrupp Marine Systems, a Embraer e a Atech.

De acordo com dados divulgados, a construção das corvetas irá gerar 2 mil empregos diretos e 6 mil empregos indireto na região, assim reacendendo a indústria da construção naval no estado, enfraquecida com o desmonte da Petrobras.

O portal Correio Braziliense teve acesso à denúncia, e de acordo com as informações divulgadas, o sindicato afirma que o consórcio Águas Azuis vencedor do processo licitatório é questionados em países como Alemanha, Israel e república Dominicana.

Além de contestar o pagamento de royalties para a empresa alemã, o sindicato afirma que o BNDES detém parte das ações do grupo CBO, dono do estaleiro Oceana, e que isso configuraria conflito de interesses.

O presidente do sindicato pernambucano, questionou a capacidade do Estaleiro Oceana para construção dos navios. Segundo Gomes, “vão ter que fazer a reestruturação do estaleiro para que se possa construir os navios. O Oceana tem só 80 metros de comprimento, enquanto as corvetas têm entre 100 e 120 metros aproximadamente”, declarou.

Início das obras

A previsão é que a construção dos navios inicie no ano que vem, com a primeira entrega em 2024. As corvetas, classe Tamandaré, terão como projeto base a corveta alemã Meko A100, adaptada às necessidades da Marinha do Brasil. Os navios terão 107 metros de comprimento, e velocidade de 14 nós. O TCU alegou que o processo é sigiloso e está em fase de instrução.

Nota da Marinha

A Marinha do Brasil publicou nota comentando a denúncia ao TCU, em que detalha o processo para contratação do consórcio Águas Azuis seguiu os 215 critérios estabelecido. Afirmou, ainda, que pediu formalmente ao Tribunal o acompanhamento institucional de todos os atos que envolvem o processo de contratação, por se tratar de um projeto de importância estratégica para o país.